Foi um daqueles momentos que fazem parar o mundo da música. Na noite de 25 de outubro, no Centro Pompidou, em Paris, Thomas Bangalter — metade dos lendários Daft Punk — reapareceu sem aviso para um B2B com Fred again.., Erol Alkan e Busy P. O set fez parte da festa dos 20 anos da editora Because Music e marcou o regresso de Thomas Bangalter às atuações depois de 16 anos afastado das cabines.
Sem capacete, sem encenação e sem nostalgia — apenas house no seu estado mais puro. O último set público de Bangalter tinha sido em 2009, e desde então o artista dedicou-se à composição orquestral, assinando, entre outros projetos, o bailado Mythologies. Em 2023 chegou a afirmar que “a última coisa que gostaria de ser, no mundo atual, era um robô”.
O regresso, totalmente espontâneo, simbolizou um reencontro com a essência da música de dança. E o local escolhido não podia ser mais simbólico: foi no mesmo Pompidou que, em 1992, Bangalter e Guy-Manuel de Homem-Christo descobriram a eletrónica e decidiram formar Daft Punk. Trinta e três anos depois, a história voltou a fechar o círculo — no mesmo espaço que agora se prepara para obras.
As redes sociais explodiram com vídeos e comentários de espanto. “Isto devia estar nas notícias”, lia-se no Reddit. “Não acredito que isto aconteceu mesmo”, diziam no TikTok. Fred again.., visivelmente emocionado, dividiu a cabine com um dos seus maiores ídolos — e o público sentiu cada batida.
Ninguém sabe se este regresso vai ter continuação. Mas uma coisa é certa: Paris voltou a lembrar-nos porque é que a música eletrónica vive de momentos autênticos, partilhados e cheios de alma.